Presbiterianismo

Denominação história

O presbiterianismo refere-se às igrejas cristãs protestantes que aderem à tradição teológica reformada (calvinismo) e cuja forma de organização eclesiástica se caracteriza pelo governo de uma assembleia de presbíteros ou anciãos. Há muitas entidades autônomas em países por todo o mundo que subscrevem igualmente o presbiterianismo. Para além de distinções traçadas entre fronteiras nacionais, os presbiterianos também se dividiram em alguns países por razões doutrinais, como o Liberalismo Teológico, Evangelicalismo, Ordenação Feminina, práticas litúrgicas, entre outras razões, fazendo assim com que existam várias denominações presbiterianas diferentes em alguns países, mas todas com o mesmo sistema de governo eclesiástico.[1][2][3]

As igrejas presbiterianas são oriundas da Reforma Protestante do século XVI, e mantêm o caráter de Igreja Católica (o termo "católico", derivado da palavra grega: καθολικός (katholikos), significa "universal" ou "geral"), como declarado no Credo dos Apóstolos. É uma família denominacional cristã comprometida com valores éticos e morais. Sua atuação no contexto social brasileiro, por exemplo, é marcante, através de instituições de ensino desde o infantil até o superior,que têm alcançado excelência e reconhecimento internacional, como por exemplo, Universidade Presbiteriana Mackenzie, Instituto Presbiteriano Gammon, entre outras.

História do presbiterianismo

O nome destas denominações deriva da palavra grega presbyteros, que significa literalmente "ancião". O governo presbiteriano é comum nas igrejas protestantes que foram modeladas segundo a Reforma protestante suíça, notavelmente na Suíça, Escócia, Países Baixos, França e porções da Prússia, da Irlanda e, mais tarde, nos Estados Unidos. A crença se firma nas doutrinas bíblicas sobre a predestinação, segundo a interpretação de João Calvino, Deus já havia eleito, "desde antes da fundação do mundo" (Ef 1:4), os abençoados com a salvação e os condenados à perdição eterna. O homem, por sua natureza pecadora, não era digno de mudar essa decisão nem de conhecê-la. Para não viver angustiado pela dúvida, o crente deveria buscar sinais da graça divina perseverando em sua fé mantendo uma vida de retidão e de obediência a Deus.

Na Inglaterra, Escócia e Irlanda, as igrejas reformadas que adotaram uma forma de governo presbiteriano em vez de episcopal ficaram conhecidas como igrejas presbiterianas.

 
Igreja Presbiteriana St. Giles, Escócia

Na Escócia, John Knox (1505-1572), que estudara com João Calvino em Genebra, levou o Parlamento da Escócia a abraçar a Reforma em 1560. A primeira Igreja Presbiteriana, a Igreja da Escócia (ou Kirk), foi fundada como resultado disso.

Na Inglaterra, o presbiterianismo foi estabelecido secretamente em 1572, nos finais do reinado da rainha Isabel I de Inglaterra. Em 1647, por efeito de uma lei do Longo Parlamento sob o controle dos puritanos, o presbiterianismo foi estabelecido para a Igreja Anglicana. O restabelecimento da monarquia em 1660 trouxe também o restabelecimento da forma de governo episcopal na Inglaterra (e, por um período curto, na Escócia); mas a Igreja Presbiteriana da Inglaterra continuou a ser considerada não conformista, fora da igreja estabelecida.

Na Irlanda, o presbiterianismo foi estabelecido por imigrantes escoceses e missionários enviados par Ulster. O presbitério do Ulster foi formado separadamente da igreja estabelecida, em 1642. Todos os três, ramos muito diversos do presbiterianismo, bem como igrejas independentes e algumas denominações holandesas, alemãs e francesas, foram combinadas nos EUA para formar aquilo que se tornou conhecido como a Igreja Presbiteriana nos Estados Unidos da América (1705). A igreja presbiteriana na Inglaterra e País de Gales é a United Reformed Church, enquanto que esta tradição também influenciou a Igreja Metodista, fundada em 1736.

Os presbiterianos destacam-se pelo incentivo à educação, entre as numerosas instituições presbiterianas espalhadas pelo mundo destacam-se a Yale University, Universidade de Princeton e o Instituto e Universidade Mackenzie. [carece de fontes?]

O governo presbiteriano

 
Catedral Presbiteriana do Rio de Janeiro

O governo presbiteriano é uma forma de organização da Igreja que se caracteriza pelo governo de um presbitério, ou seja: uma assembleia de presbíteros, ou anciãos. Esta forma de governo foi desenvolvida como rejeição ao domínio por hierarquias de bispos individuais (forma de governo episcopal) e por ser o modelo organizacional utilizado pelos Apóstolos nos primórdios da Igreja de Cristo . Esta teoria de governo está fortemente associada com os movimentos da Reforma Protestante na Suíça e na Escócia (calvinistas), com as igrejas reformadas e mais particularmente com as igrejas presbiterianas.[4][5][6][7]

O presbiterianismo assenta em pressupostos específicos sobre a forma de governo desejada pelo Novo Testamento:

  • A função do ministério da palavra de Deus e a administração dos sacramentos é ordinariamente atribuída ao pastor em cada congregação (igreja) local. As congregações são núcleos dependentes da igreja local.
  • A administração da ordenação e legislação está a cargo das assembleias de presbíteros, entre os quais os ministros e outros anciãos são participantes de igual importância. Estas assembleias são chamadas concílios.
  • Todas as pessoas são sacerdotes, preocupadas com a sua própria salvação, em nome dos quais os anciãos são chamados a servir pelo assentimento da congregação (sacerdócio de todos os crentes).

Desta forma, o papel governamental dos presbíteros é limitado à tomada de decisões quando há uma reunião, sendo de resto a função dos pastores e o serviço da congregação, orar por eles e encorajá-los na sua fé. Esta forma de governo permite a flexibilidade na tomada de decisão, em contraste com o que acontece nas Igrejas em que bispos detêm um poder concentrado.

Os concílios presbiterianos crescem em gradação hierárquica. Cada Igreja local tem o seu concílio, chamado de sessão ou conselho. As igrejas de uma determinada região compõem um concílio maior chamado presbitério. Os presbitérios, por sua vez, compõem um sínodo. O concílio maior numa igreja presbiteriana é a assembleia geral ou supremo concílio.[8]

Presbiterianismo por país

América do Sul

 
Igreja Presbiteriana Central de Jataí - Goiás

Brasil

No Brasil, segundo o Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2010, havia cerca de 1.000.000 de presbiterianos no país, ou seja, 0,5% da população.[9]

 
Igreja Presbiteriana de Fortaleza, Ceará
  • Igreja Presbiteriana Contemporânea
  • Igreja Presbiteriana Coreana - dividida em vários grupos (Hermom, Smyrna, Betesda, Água Viva, Antioquia, outras) no estado de São Paulo.
  • Igrejas Presbiterianas da Reforma no Brasil (IPDRB) - Sede Sarandi/PR

Denominações pentecostais presbiterianas:

Uruguai

Paraguai

Bolívia

Chile

América Central e Caribe

Belize

Costa Rica

Cuba

Granada

Guatemala

Haiti

Honduras

Panamá

Trinidad e Tobago

América do Norte

Estados Unidos da América

 
Igreja dos Peregrinos (1928) em Washington, D.C.

Nos Estados Unidos existiam cerca de 7.000.000 de presbiterianos no país, ou seja, 2,2% da população, segundo o Pew Research Center em 2014.[11]

Canadá

No Canadá, segundo censo realizado em 2011, havia cerca de 472.385 presbiterianos no país, ou seja, 1,4% da população.[12]

México

No México, existiam cerca de 500.000 presbiterianos no último censo, realizado em 2010, que corresponde a 0,4% da população do país.[13]

Europa

Escócia

Na Escócia, segundo pesquisa realizada em 2014, havia cerca de 1.500.000 de presbiterianos no país, o que corresponde a 47,8% da população.[14]

Espanha

França

Irlanda

Na República da Irlanda, segundo censo realizado em 2011, havia cerca de 24.600 presbiterianos no país, o que corresponde a 0,5% da população.[15]

País de Gales

No País de Gales, segundo censo realizado em 2011, havia cerca de 24.000 presbiterianos no país, o que corresponde a 0,8% da população.[16]

Portugal

Hungria

África

África do Sul

Na África do Sul, segundo pesquisa realizada pelo Pew Forum Center, em 2010, havia cerca de 1.100.000 presbiterianos no país, o que corresponde a 2% da população.[17]

Angola

Camarões

Nos Camarões, segundo pesquisa realizada pelo Pew Forum Center, em 2010, havia cerca de 2.200.000 presbiterianos no país, o que corresponde a 11% da população.[17]

Gana

Em Gana, segundo pesquisa realizada pelo Pew Forum Center, em 2010, havia cerca de 3.500.000 presbiterianos no país, o que corresponde a 14% da população.[17]

Guiné-Bissau

Guiné-Equatorial

Costa do Marfim

Etiópia

Libéria

Na Libéria, segundo pesquisa realizada pelo Pew Forum Center, em 2010, havia cerca de 240.000 presbiterianos no país, o que corresponde a 1% da população.[17]

Malawi

Maurício

Moçambique

Nigéria

Na Nigéria, segundo pesquisa realizada pelo Pew Forum Center, em 2010, havia cerca de 750.000 presbiterianos no país, o que corresponde a 0,5% da população.[17]

Quênia e Tanzânia

No Quênia, segundo pesquisa realizada pelo Pew Forum Center, em 2010, havia cerca de 2.100.000 presbiterianos no país, o que corresponde a 5% da população.[17]

Ruanda

No Ruanda, segundo pesquisa realizada pelo Pew Forum Center, em 2010, havia cerca de 440.000 presbiterianos no país, o que corresponde a 4% da população.[17]

República Democrática do Congo

Na República Democrática do Congo, segundo pesquisa realizada pelo Pew Forum Center, em 2010, havia cerca de 630.000 presbiterianos no país, o que corresponde a 1% da população.[17]

Serra Leoa

Sudão

Uganda

Togo

Zâmbia

Na Zâmbia, segundo pesquisa realizada pelo Pew Forum Center, em 2010, havia cerca de 2.650.000 presbiterianos no país, o que corresponde a 2% da população.[17]

Zimbábue

Ásia

Bangladesh

Coreia do Sul

Na Coreia do Sul, segundo censo realizado em 2005, havia cerca de 5.800.000 presbiterianos no país, o que correspondia a 12% da população.[18]

Índia

Na Índia, segundo estimativas da Igreja Unida na Austrália, existiam cerca de 1.300.000 presbiterianos em 2009, o que corresponde a 0,1% da população do país.[19]

Japão

Malásia

Myanmar

Nepal

Paquistão

No Paquistão, segundo estimativas da Universidade Presbiteriana Mackenzie, existiam 400.000 presbiterianos em 2010, o que corresponde a 0,2% da população do país.[20]

Filipinas

Singapura

Taiwan

Em 2009, segundo dados da Igreja Presbiteriana em Taiwan, havia cerca de 250.000 presbiterianos em Taiwan, o que corresponde a 1% da população do país.[21]

Timor-Leste

Vietnã

Oceânia

Austrália

Na Austrália, segundo censo realizado em 2011, havia cerca de 600.000 presbiterianos no país, o que correspondia a 3% da população.[22]

Nova Zelândia

Na Nova Zelândia, segundo censo realizado em 2013, havia cerca de 330.516 presbiterianos no país, o que correspondia a 8,5% da população.[23]

Vanuatu

Em Vanuatu, segundo o Relatório Internacional sobre Liberdade Religiosa realizado em 2007 em Vanuatu, havia cerca de 70.500 presbiterianos no país, o que correspondia a 32% da população.[24]

Ver também

Referências

  1. «Um Sistema de Governo Presbiteriano» (PDF). Consultado em 9 Nov. 2016 
  2. «Um Sistema de Governo Presbiteriano» (PDF). Consultado em 9 Nov. 2016 
  3. «O sistema de governo da Igreja Presbiteriana do Brasil» (PDF). Consultado em 9 Nov. 2016. Arquivado do original (PDF) em 10 de agosto de 2016 
  4. «Um Sistema de Governo Presbiteriano» (PDF). Consultado em 9 Nov. 2016 
  5. «Universidade Presbiteriana Mackenzie: Os oficiais no sistema presbiteriano». Consultado em 9 Nov. 2016 
  6. «Um Sistema de Governo Presbiteriano» (PDF). Consultado em 9 Nov. 2016 
  7. «Sistemas de governo eclesiásticos cristãos». Consultado em 9 Nov. 2016. Arquivado do original em 10 de novembro de 2016 
  8. «Organograma da Igreja Presbiteriana do Brasil». Consultado em 9 Nov. 2016 
  9. «Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística: Censo 2010 sobre religião» (PDF). Consultado em 9 de novembro de 2016 
  10. «Igreja Presbiteriana Reformada do Brasil». 2018. Consultado em 15 de maio de 2021 
  11. «Pew Research Center: Religião nos Estados Unidos em 2014». Consultado em 9 Nov. 2016 
  12. «Censo de 2011: Religião no Canadá». Consultado em 9 Nov. 2016 
  13. «Instituto Nacional de Geografia e Estatística do México». Consultado em 9 Nov. 2016 
  14. «Pesquisa indica 1,5 milhões de escoceses identificar com a Igreja da Escócia (Presbiteriana)». Consultado em 9 Nov. 2016 
  15. «Religião na República da Irlanda em 2011». Consultado em 19 Abr. 2015 
  16. «Membros da Igreja Presbiteriana de Gales». Consultado em 19 Abr. 2015 
  17. a b c d e f g h i «Religião na África Subsaariana» (PDF). Consultado em 9 Nov. 2016. Arquivado do original (PDF) em 30 de abril de 2018 
  18. «Religião na Coreia do Sul em 2005». Consultado em 9 Nov. 2016 
  19. «Igreja Presbiteriana da Índiia» (PDF). Consultado em 9 Nov. 2016. Arquivado do original (PDF) em 3 de março de 2016 
  20. «Presbiterianismo na Ásia». Consultado em 9 Nov. 2016 
  21. «Igreja Presbiteriana em Taiwan». Consultado em 9 Nov. 2016 
  22. «Religião na Austrália em 2011». Consultado em 9 Nov. 2016. Arquivado do original em 25 de abril de 2016 
  23. «Religião na Nova Zelândia em 2013». Consultado em 9 Nov. 2016 
  24. «Religião em Vanuatu em 2007». Consultado em 9 Nov. 2016 

Ligações externas