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Igrejas de Cristo

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O INÍCIO NO SÉCULO XIX. A origem do nosso Movimento, que ficou conhecido desde o princípio como "A Reforma Presente" e só mais recentemente como "Movimento de Restauração" ou "Movimento Stone-Campbell", aponta para o ano de 1801 quando milhares de pessoas estiveram reunidas entre os dias 06 e 12 de agosto no Acampamento de Reavivamento em Cane Ridge, liderado pelo avivalista Barton W. Stone (1772-1844) e outros pastores presbiterianos. Aproximadamente 30 mil pessoas estiveram acampadas naquela ocasião e elas responderam às pregações com confissões, orações fervorosas, ações de graça, louvor a Deus, libertação, testemunhos, exortações ao arrependimento dos pecados e fé em Jesus como Senhor e Salvador. A Igreja Presbiteriana reagiu com muita firmeza, forçando Barton Stone e outros pastores a deixarem a igreja. Eles formaram o Presbitério Independente de Springfield e no dia 28 de junho de 1804 ele foi dissolvido para dar início a um movimento que tinha "o propósito unir todos os crentes em uma só igreja". Esse avivamento deu origem à Igreja Cristã / Igreja de Cristo e seus membros gostavam de ser chamados unicamente de "cristãos".

Também se volta para 1809, ano que o pastor Thomas Campbell (1763-1854) e outros presbiterianos criaram a Associação Cristã de Washington no dia 17 de agosto, publicaram a "Declaração e Discurso" e deram início a um movimento que buscava a unidade da igreja e a restauração do cristianismo primitivo. Logo depois de desembarcar nos EUA, Alexander Campbell (1788-1866) aderiu a eles e posteriormente assumiu a liderança do movimento. Um outro pioneiro foi Walter Scott (1796-1861), que com seu "exercício dos cinco dedos" (fé, arrependimento, batismo, remissão dos pecados e o dom do Espírito Santo) forneceu uma ordem em que as pessoas poderiam vir a Cristo e se associar à igreja. Eles ficaram conhecidos como "Discípulos de Cristo".

UNIDADE E DIVERSIDADE. Os movimentos de Stone e Campbell se unificaram no fim-de-semana do ano novo de 1832. Eles tinham objetivos comuns mas não eram iguais e a uniformidade nunca foi alcançada. Este fato levou Alexander Campbell, o nosso principal teólogo e organizador no século XIX, a fazer a seguinte declaração: "Nós temos entre nós toda a sorte de doutrinas pregadas por toda a sorte de homens". Toda "essa diversidade tem nos enriquecido, mas ela também permite a possibilidade de intolerância e a divisão que infelizmente fizeram parte da nossa experiência".

Um grande lutador contra o sectarismo em nosso meio foi Isaac Errett (1820-1888), autor do clássico "Nossa Posição - Uma Sinopse da Fé e da Prática da Igreja de Cristo". A ele é atribuído o fato de ter impedido que o nosso movimento tivesse se transformado em uma seita que se reproduz por divisão de legalistas discordantes. É dele a seguinte declaração: "Que o laço de união entre os batizados seja o caráter cristão em vez da ortodoxia; o correto fazer em vez do correto pensar; e, ao tomar em conta os secos preceitos, que se reconheça a liberdade de cada um sem buscar impor limitações aos irmãos fora da imposição da lei do amor". Como Errett rejeitamos o sectarismo, valorizamos a tolerância e buscamos a unidade cristã. Um dos nossos lemas, desde o início no século XIX, define o nosso posicionamento quanto a esse assunto: "No essencial, unidade; Nas opiniões, liberdade; Em todas as coisas, o amor". E os mais antigos em nosso movimento quando eram perguntados se eram os únicos cristãos respondiam dizendo: "Não somos os únicos cristãos, mas somos unicamente cristãos".

CRESCIMENTO E ORGANIZAÇÃO. No início do século XX ultrapassamos o número de um milhão duzentos e cinqüenta mil membros. Com o crescimento vertiginoso veio a necessidade de organização. Alexander Campbell foi favorável à cooperação entre igrejas para levar adiante algumas atividades mais complexas. Então, David S. Burnet organizou a Sociedade Bíblica e a Sociedade da Escola Dominical e Tratados em 1845. A Primeira Convenção Nacional em 1849 determinou a formação da Sociedade Missionária Cristã Americana. E Isaac Errett e W. T. Moore, em 1875, lideraram a organização da Sociedade Cristã de Missões Forâneas.

PRESENÇA INTERNACIONAL. Logo havia missões na Dinamarca, França, Índia, Inglaterra, Japão, Panamá e Turquia. Entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX as nossas Sociedades Missionárias estabeleceram Igrejas na Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Índia, África do Sul, Malawi, Tailândia, Zimbabwe, Vanuatu, Argentina, China, Congo, Cuba, Jamaica, México, Filipinas, Porto Rico e Tibet. Hoje há igrejas da nossa família da fé em 180 países e somos vários milhões de irmãos.

UMA NASCENTE E TRÊS RIOS. Todavia, por serem esforços humanos, os movimentos de "restauração" ou "reforma" da igreja não são perfeitos e o nosso não fugiu à regra. Alexander Campbell, por volta de 1840, percebeu que algumas das suas posições eram insustentáveis. Mais experiente e conciliador passou "a aceitar a unidade na diversidade pluralista e minimizar a necessidade de uma postura rígida pelo ideal restauracionista". Essa mudança na teologia e na prática dos "Discípulos" apressou a sua divisão.

Em 1906 as Igrejas de Cristo (Anti-Instrumental, Anti-Cooperativa e Anti-participação da mulher), o ramo sectário do nosso Movimento, constituíram um corpo separado e estão continuamente se dividindo desde então. Entre a década de 1920 e 1968 uma outra divisão ocorreu quando o grupo mais liberal e ecumênico se reestruturou como a Igreja Cristã (Discípulos de Cristo). Os "Discípulos" que não desejaram ser parte dessa nova denominação formaram a comunhão conhecida como Igreja Cristã / Igreja de Cristo ou Discípulos (Independentes). Este último se tornou o segundo grupo religioso que mais cresceu nos EUA no fim do século XX, atrás apenas dos Mórmons. Entre as igrejas evangélicas a Igreja Cristã / Igreja de Cristo obteve a maior taxa de crescimento anual (16% entre 1990 e 2000). Tudo isso é o resultado de uma forte ênfase no evangelismo e no treinamento dos ministros.

Baseado nas informações fornecidas pelo "Stone-Campbell Dialogue" no ano 2000, há nos EUA e Canadá mais de 3.242.000 irmãos, 22.376 igrejas locais, 28.349 ministros (inclusive capelães militares da ativa e reserva), 1.785 missionários, 109 Universidades, Faculdades, Seminários e Escolas de Treinamento de Pregadores (Ministros), 295 Campus Ministries, 282 instituições de benevolência e/ou assistência às crianças, famílias e idosos e 95 igrejas com membresia superior a 1.000.

CARACTERÍSTICAS DAS IGREJAS DO NOSSO MOVIMENTO. Em meio a grande diversidade de igrejas em nossos dias, o que distingue as nossas igrejas? Quais são as suas marcas distintivas? "Não nos orgulhamos de ser distintos de outras igrejas bíblicas. Pelo contrário, no espírito da oração de Jesus (Jo 17:21) desejamos estar unidos com todos os demais em Cristo. A unidade é a nossa meta e não a divisão". Mas, ainda assim, é possível identificar dez características principais:

1. Um grande interesse pela unidade cristã. Nosso movimento surgiu em uma época que as igrejas tendiam para o legalismo, o autoritarismo e o exclusivismo e desde o início é apaixonado pela unidade cristã;

2. Compromisso com o evangelismo e as missões. Isso é comprovado através da história do nosso movimento, seu rápido crescimento e o avanço missionário, que fez da nossa família na fé uma comunhão com presença internacional;

3. Ênfase na centralidade do Novo Testamento. A Bíblia Sagrada é a nossa máxima autoridade em matéria de fé, sendo que o Novo Testamento forma a base do nosso pensamento e ação cristã;

4. Confissão de fé simples. A confissão de fé afirmando o senhorio de Jesus Cristo é essencial e não se deve exigir nada mais para aceitar alguém na comunhão, pois a irmandade não pode ser condicionada a credos humanos;

5. Batismo dos crentes. Somente aqueles que chegam à idade de responsabilidade moral e que podem fazer sua confissão de fé devem ser batizados por imersão nas águas, segundo o ensino e a prática dos Apóstolos;

6. Comunhão semanal. Tradicionalmente celebramos a Ceia do Senhor semanalmente comemorando o ato redentor de Deus na pessoa de Cristo, mediante sua cruz e a ressurreição, afirmando a nossa unidade em Cristo e o nosso compromisso de levar o Evangelho a toda criatura;

7. Nome bíblico. Desde o início do nosso Movimento queremos ser conhecidos apenas como “Cristãos” ou "Discípulos", “Igreja (ou as Igrejas) de Cristo ou Cristã (s)”;

8. Autonomia congregacional. Cada igreja local governa a si mesma e elege seus pastores e diáconos. Nossos Concílios e Convenções têm um caráter extremamente de comunhão e não têm nenhum poder deliberativo sobre as igrejas;

9. Liderança leiga. O sacerdócio universal de todos os crentes é outra marca que nos distingue. A participação leiga em todos os aspectos da vida da igreja é uma característica notável;

10. Diversidade e liberdade. Esta é a mais distintiva das nossas características: a unidade na diversidade! Reconhecemos a liberdade de pensamento de cada pessoa e congregação.

O MOVIMENTO NO BRASIL. No fim da década de 1920 houve uma primeira tentativa de estabelecer igrejas da nossa família na fé no Brasil. Três missionários foram enviados pelas igrejas "a capella": Orlando Boyer, Virgil Smith e Bernard Johnson. Sem apoio, eles passaram por muitas privações e, logo após serem cheios com o Espírito Santo, se uniram às Assembléias de Deus. Virgil Smith, porém, depois de uma vida dedicada a esta igreja, terminou seus dias como membro da Igreja de Cristo em Brasília e professor de evangelismo na Faculdade Teológica Cristã do Brasil. Todavia, o Movimento de Restauração teve o seu primeiro esforço missionário bem-sucedido em nosso país a partir do dia 25 de março de 1948 com a chegada do Pr. David Sanders, o pioneiro do Movimento de Restauração em terras brasileiras, e sua esposa D. Ruth enviados pela Igreja Cristã / Igreja de Cristo (Discípulos independentes).

Para mais informações acesse o site sobre a História das Igrejas de Cristo: www.movimentoderestauracao.com .

Igrejas de Cristo, (Churches of Christ) é um movimento de congregações cristãs autônomas associadas entre si através de crenças e práticas comuns e que almejam um modelo congregacional tão próximo quanto possível daquele que entendem ser o da igreja do Novo Testamento.

O movimento, que iniciou oficialmente no início do século XIX (1809), nos EUA, liderados por Alexander Campbell , espalhou-se pelo mundo e afirma ter hoje mais de 2 milhões de membros em mais de 40 mil congregações em diversos países,[1] incluindo Angola, Brasil, Moçambique e Portugal.

Referências

== Ligações externas ==História das Igrejas de Cristo

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