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Estação Carandiru

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Com mais de 430 mil exemplares vendidos no Brasil, este livro descreve o dia-a-dia daquela que foi a maior prisão da América Latina. O relato de Drauzio Varella, que serviu de base ao filme “Carandiru”, de Hector Babenco, recentemente exibido nas salas portuguesas, regista a sua experiência pessoal e o contacto próximo que travou com os detidos, ao longo de mais de uma década de convívio com estes.


Críticas de imprensa:
"Estação Caranditu é uma bofetada violenta à indiferença e passividade. (...) O clínico [Drauzio Varella] confronta o leitor com um mundo paralelo do presídio sem antes anestesiá-lo e, assim, prepará-lo para a barbárie que ele próprio presenciou. (...) Carandiru, tal como é exposta, desmascara a impotência e incompetência do sistema e das instituições públicas, ao mesmo tempo que justifica como se legitimou a pena de morte, o tráfico de drogas, a prostituição e a corrupção administrativa. Drauzio fá-lo como um pivot isento e imparcial que, aparentemente não se deixou amachucar pela experiência de anos de contacto com histórias de vida e de morte e é assim que protege o leitor de uma abordagem sentimentalista."
Ana Morgado, Maio de 2005

297 pages, Paperback

First published January 1, 1999

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About the author

Drauzio Varella

36 books327 followers
After graduation, he specialized in infectious diseases with Prof. Vicente Amato Neto at the University of São Paulo and at the Hospital do Servidor Público de São Paulo. This work led him to develop an interest in immunology and over the following 20 years he worked at the Hospital do Câncer in São Paulo, specializing in oncology.
He works as a medical professor at Universidade Paulista, but has taught also in several other institutions in Brazil and abroad, such as the New York Memorial Hospital, Cleveland Clinic, Karolinska Institute, University of Hiroshima and the National Cancer Institute of Japan. One of his main fields of works has been AIDS, especially the treatment of Kaposi's sarcoma. He has had an active role in prevention and educational campaigns about AIDS, being the first one to have a radio program on the subject. From 1989 to 2001 he volunteered to work as an unpaid physician in one of the largest jails of Brazil, Carandiru, in order to tackle the horrific AIDS epidemic raging among male inmates. As a result of this experience, he wrote a best-selling book describing the harrowing life of the inmates, which later became a motion picture (Carandiru, directed by Hector Babenco), winning accolades from both the public and specialized national and international critics.
As the chairman of a cancer research institute at UNIP, Dr. Varella presently heads a research program on the potential of Brazilian Amazon medicinal plants for treating neoplasms and antibiotic-resistant bacteria. This research is supported by the São Paulo Research Support Foundation.

(Português)
Descendente de galegos e portugueses, Drauzio estudou medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. No início dos anos 70, já como médico, ele começou a trabalhar com o professor Vicente Amato Neto na área de moléstias infecciosas do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Durante 20 anos, dirigiu também o serviço de imunologia do Hospital do Câncer (São Paulo) e de 1990 a 1992, o serviço de câncer do Hospital do Ipiranga.
Deu aulas em várias faculdades do Brasil e em instituições em outros países, como o Memorial Hospital de Nova Iorque, a Cleveland Clinic (também nos Estados Unidos), o Instituto Karolinska de Estocolmo, a Universidade de Hiroshima e o National Cancer Institute, em Tóquio.
Além do câncer, Drauzio Varella dedicou seu trabalho também ao estudo da AIDS. Foi um dos pioneiros no estudo dessa doença no Brasil, especialmente do sarcoma de Kaposi. Em 1989, iniciou um trabalho no Carandiru (nome popular da "Casa de Detenção de São Paulo"), investigando a prevalência do vírus HIV nos detentos. Até 2002, ano em que o presídio foi desativado, trabalhou como médico voluntário no local. O dr. Varella chegou a idealizar uma revista em quadrinhos, O Vira-Lata, como parte do plano de prevenção da AIDS na cadeia.
Atualmente, apoiado pela Universidade Paulista e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), dirige no Rio Negro um projeto de análise de plantas brasileiras, buscando obter extratos para testar experimentalmente no combate à bactérias resistentes a antibióticos e ao câncer.

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Community Reviews

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2,601 (58%)
4 stars
1,349 (30%)
3 stars
415 (9%)
2 stars
52 (1%)
1 star
12 (<1%)
Displaying 1 - 30 of 271 reviews
Profile Image for Cameron.
Author 9 books19 followers
December 2, 2011
Oh, how I wish this book would come out in English so I could give it to my non-Portuguese-speaking friends! It is absolutely one of the most astounding, beautiful and sad books I have ever read. Varella's prose is haunting, vivid and utterly brilliant throughout, making his adventures seem like a visit to some nightmare fantasy land. His relationship to the prisoners with whom he worked was warm and acutely observant. Having worked in a US prison, I can relate to much of what he says about the inmates' constant sense of distrust and suspicion. Yet he did much to improve these men's lives by recognizing what they really needed. The book describes in detail the terrible massacre of October, 1992.
Profile Image for Dalton Campos.
Author 2 books16 followers
January 30, 2011
Levei mais de dez anos para resolver ler este livro e hoje não entendo porque demorei tanto. As histórias são muito boas e você quer saber cada vez mais sobre aquelas pessoas retratadas. O que é muito estranho já que são, quase todos, criminosos, de ladrões covardes a assassinos impiedosos.

O que Drauzio Varella escreve, não tem a intenção (e nem o faz) de redimir aquelas pessoas. Mas apresenta um mundo que de outra forma eu nunca conheceria (e que muito políticos deveriam conhecer, como detentos, claro). Deixa claro também a forma inescrupulosa como o Estado administra as detenções por todo o país.

Assim como a favela mostra o descaso dos governantes com as cidades e seus moradores, o Carandiru foi um grande exemplo de como o Estado nunca se preocupa em regenerar que está dentro ou proteger quem está fora.

Profile Image for Fátima Linhares.
656 reviews227 followers
April 15, 2024
Drauzio Varella foi médico voluntário na Casa de Detenção de São Paulo, popularmente conhecida como Carandiru.
Neste livro há episódios das suas consultas, numa altura em que a tuberculose e a SIDA proliferavam na cadeia. Histórias de alguns dos detidos e como vieram parar à prisão, tudo contado de uma forma leve e até com algum humor. A forma de funcionamento da cadeia, quem ficava em que pavilhão, como mantinham a cadeia limpa. Esta parte da limpeza impressionou-me, pois, tanto pelos relatos do Dr. Drauzio, como pelas fotos existentes no livro, era um espaço super limpo, sendo um ponto de honra para os habitantes daquela cidade prisão a limpeza, mesmo as condições não sendo as melhores.
Também conta as hierarquias prisionais, quem mandava, como funcionavam as visitas de familiares e as visitas conjugais. Os travestis na prisão, o crack, epidemia maior que a SIDA, o estatuto de alguns presos, a produção de Maria Louca, uma espécie de aguardente feita por alguns detidos e todo o negócio de compra e venda de celas, algo que eu nem sabia possível. O código da prisão, quais os crimes que não tinham perdão, sendo as violações o pior, quem matava quem por algum ajuste de contas.
O livro termina com o relato do massacre de 1992, quando a Polícia Militar entrou na prisão a saiu a disparar em tudo o que mexia. A prisão encerrou em 2002.
Profile Image for Luís Branco.
Author 57 books47 followers
November 25, 2014
Este é um daqueles livros fantásticos que quando começamos a ler a vontade é não parar. Drauzio Varella foi excepcional em cada uma das suas narrativas, preservando inclusive o linguajar dos personagens e acima de tudo preservando a memória de cada um de seus personagens que embora presos, não foram destituídos da graça de ser gente, mesmo em meio a tanta desgraça. É impressionante saber quê pessoas tão capazes como Dr. Varella dedica sua vida de forma altruísta à pessoas tão rejeitadas pela sociedade. O livro também atravessará a história como um dos documentários mais detalhados de um dos maiores presídios das Américas e seu genocídio sob a força do Estado. Merece ser lido!
Profile Image for Gabriela Ramos.
77 reviews44 followers
July 21, 2020
arrebatada é pouco. demorarei um bom tempo pra digerir esse bombardeio-livro.
um documento potente de nossa história, saúde pública e sociedade.

me mostrou como vivência das cadeias e suas histórias definem o nosso país com crueza. escancara o sistema institucional defeituoso; no qual acaba passando mistificado na liberdade, na bolha privada de nossas vidas.

vemos como esse micro populacional é reflexo de um macro assustador e cheio de lacunas.

entender sobre as efermidades desse meio, com o enfoque na AIDS, tuberculose e abuso da cocaína/crack foi muito esclarecedor. observar os esforços miúdos da equipe de saúde local pra previnir um ambiente abandonado, as táticas de instrução encabeçadas por Drauzio foram inspiradoras.

essa medicina da esperança, que se faz "apenas" com as mãos, coragem e com a escuta/ensino prova sua suficiência para uma diferença, mesmo numa comunidade esquecida.

as reflexões sobre punir, isolar pulsando forte.

escrito com sangue, dores mas também com muita humanidade.

a urgência e importância da narrativa
de Drauzio pro brasil segue me emocionando,
é por muita gratidão mesmo.

queria que chegasse nas mãos de
todo cidadão brasileiro....

(e para não esquecer, no dia 02/10/1992 houve mais de 200 detentos mortos/feridos num MASSACRE cortante em nossa história carcerária. não podemos deixar se apagar!)
Profile Image for Laryssa Borges.
12 reviews5 followers
October 30, 2016
Depois de 14 anos na prateleira e sacado no momento em que desembargadores anularam o julgamento dos PMs que promoveram o massacre do Carandiru (incluindo a tese surreal de legítima defesa apresentada por Ivan Sartori), Estação Carandiru mostra o lado humano de presidiários condenados pelos crimes mais bárbaros e dá voz àqueles que relatam como é viver e morrer atrás das grades. Leitura viciante.
Profile Image for Felipe Vieira.
721 reviews15 followers
July 26, 2023
4,25

Estação Carandiru é mais um dos vários atestados que mostram que falhamos como sociedade. Falhamos em proteger, dar educação, suprir necessidades. Falhamos por não saber gerir e governar. Ainda é uma falha presente e insistente.

Drauzio Varella faz sem juízo de valor ou apontar o certo e o errado conta episódios de presos, carcereiros e outros envolvidos no dia a dia de um complexo prisional de São Paulo. Para resumir é tudo muito insalubre, violento e sem muitas perspectivas positivas.

Esse livro me lembrou mais uma vez o quanto o ser humano pode ser perverso, mas também digno. Mas antes de tudo contraditório. Não adianta buscar explicações porque não será fácil de entender. É tudo muito surreal.

Pessoas que se perderam e não se encontram mais e que foram abandonadas pelos governantes. A parte da sociedade que deveria proteger e modificar essa situação atua de forma mais violenta e corrupta. É como se não houvesse mais solução e esperança.

Estação Carandiru é um grande livro, mas reúne o que há de pior em nós: a desumanidade. Fica a recomendação da leitura e da excelente adaptação de Héctor Babenco.
Profile Image for Sophie.
25 reviews14 followers
September 7, 2015
While reading this book I was pretty sure I was gonna be giving it 3 stars. The stories about all the inmates were interesting and really eye opening but I was just expecting a little more from them. Then I got to the last 20 or so pages which are about the 1992 massacre (the prisoners version) and I was blown away. Those few chapters hit me pretty hard and I know that the stories of these inmates and the events told in this book are going to stay with me for a very long time.

I highly recommend this book, even if its just for those last few chapters!
Profile Image for iasmin.
123 reviews5 followers
September 26, 2024
4,5 ⭐️

eu não tenho condições de ler esse livro pq eu fico torcendo pela vida de um monte de gente que fez coisa errada, do mesmo jeito que aconteceu quando eu li prisioneiras. muitas das historias eu me peguei pensando “gente, que querido esse assassino condenado a 250 anos mas que com certeza teve justificativa pra ter cometido tal delito!”

ps: seu chico 🫶🏻 espero que ele tenha se livrado dessa vida
Profile Image for Naiana  Rodrigues.
7 reviews5 followers
February 28, 2019
One of the most amazing books I've ever read in my life. Varella gives a grueling, emotional but balanced portrait of the life in the most famous prison of Sao Paulo, Brazil. It's one of those books that once you start reading, you won't stop until you're done, and when you stop or finish it, it leaves you thinking about the events for a long time. It's easily one of my favorite books of all time and I'd recommend it to anyone with a taste for literature and society.
Profile Image for lidia alves..
59 reviews3 followers
March 16, 2023
tenho algumas ressalvas porém é inegável a relevância desse livro. leiam.
Profile Image for Sofia.
50 reviews21 followers
March 5, 2022
Pensa num livro brabo.

Só fiquei desconcertada depois de saber que os militares responsáveis pelo massacre de 92 saíram em grande parte impunes, um deles chegando a ser eleito como deputado estadual e, depois, morto pela justiça das ruas. Lembrando que foi o desembargador Ivan Sartori (PSB) que anulou a condenação dos policiais, em 2016. E até hoje, 30 anos depois, o processo segue aberto.

PS: o livro não é sobre o massacre. Dráuzio conta a história de vários detentos, sem julgamento, e também conta sobre sua relação com essas pessoas e com a dinâmica da prisão.
Profile Image for Trzcionka.
773 reviews82 followers
August 22, 2020
Jestem rozczarowana. Miało być o niebezpiecznym więzieniu, a było bardziej o losach poszczególnych więźniów. Tematyka rozłożyła się mniej więcej pół na pół.
Fragmenty o więzieniu były ciekawe, choć w większości ani trochę zaskakujące. Jak ktoś ma za sobą jakieś książki o zakładach karnych bądź zna tą tematykę to niewiele nowego jest tu do poczytania. Kwestia charakterystycznej budowy kompleksu więziennego i swoistej segregacji więźniów to w sumie jedyny "najniebezpieczniejszy" element więzienia. Ponadto nie wyczułam by była mowa o tym najgorszym z najgorszych. Kilka wspomnień o wydarzeniach z więziennego życia to trochę za mało.
Z kolei krótkie historyjki poszczególnych więźniów (relacje o tym jak trafili do zakładu, czym zajmowali się w zakładzie, jak potoczyły się ich dalsze losy) w 90% były nudne. Było w tym trochę winy autora - lekarza, który średnio umie interesująco pisać, ale i samych historyjek. Do jutra zleją mi się wszystkie w jedną całość.
Jestem zaskoczona, że książka ta zdobyła jakaś nagrodę, w tym jedną w Polsce. W moim odczuciu została napisana bez przekonania, które przy takim temacie by się mocno przydało. Możliwe, że nie bez znaczenia dla odbioru tego reportażu ma fakt, że został on napisany 20 lat temu. Na moje oko nie za bardzo wytrzymuje próbę czasu.
9 reviews
July 30, 2021
Muito interessante o relato do cotidiano da dentenção e o tipo de sociedade que se formou em um ambiente completamente distante da nossa realidade. Por mais perversa que sejam suas regras ou o comportamento de alguns de seus indíviduos, existia uma organização e um código de conduta, o que vai contra a imagem de selvageria que se imagina. Sem minimizar a gravidade de seus crimes, mostra o lado humano dos condenados. É um livro que traz perspectiva e quebra algumas crenças, mostrando um pouco o dia a dia de quem vive na margem da nossa sociedade.
Profile Image for Ligia.
99 reviews15 followers
June 30, 2022
Drauzio Varella sabe contar uma história bem contada. Nesse relato de seu tempo de trabalho no Carandiru, ele parece estabelecer o gênero literário "conversa de bar": escreve com uma fluência de correnteza, carrega o leitor longe, longe, num piscar de olhos.

Para tanto, o autor mescla estilos. Às vezes, a narrativa remete aos traços naturalistas de Aluízio de Azevedo. A bem da verdade, isso ocorre desde o título, o qual acusa o protagonismo da Casa de Detenção e de seu efeito sobre a comunidade. Outras vezes, porém, remete aos contornos de personagens de Dostoievski, porque reflete sobre o que há de mais íntimo nas histórias de cada um, não obstante a escrita descritiva (lembra particularmente Recordações da Casa dos Mortos, ao tratar das regras da prisão e do suplício do ócio). Além disso, é bem marcante o recurso à citação direta das personagens, sejam carcereiros, sejam encarcerados, o que reforça a capacidade de falarem por si sós: as pessoas e suas trajetórias.
Com isso, Carandiru veste realidades com trajes de ficção. Todavia, nem por isso deixa de revelar a verdade.

*Uma observação ainda nesse assunto da linguagem: ela fica datada, especialmente com relação às referências às travestis e às pessoas racializadas.
*Outra nota pessoal p/ pesquisar c/ tempo: se realmente há influência do realismo (vertente literária) ou se só há essa aparência por ser uma história real (não-ficção).

Por fim, apesar da leitura ser "fácil", claro que o conteúdo é bastante duro. De fato, incômodo, dor e frustração perante o que é institucionalmente disfuncional são companhia constante: nas pessoas dos detentos, dos funcionários, das autoridades, das famílias, dos defensores dos direitos humanos e até mesmo do médico. É nesse contexto que Varella registra o que é cuidar da vida marginalizada. De um lado, um trabalho de Sísifo, sempre incompleto; de outro, uma experiência humana, que se articula para lidar com as incompletudes.

*outra obs aleatoria nao achei que faltou coesao entre os capitulos. o livro nao segue ordem cronologica mas claramente tem uma progressao desde o primeiro contato com a cadeia, passando por uma familiaridade com as "leis" internas, a formação de laços e o desenvolvimento de projetos e culminando vcs sabem aonde.
Profile Image for Victor Torres.
9 reviews1 follower
February 17, 2022
Há muito tempo ouço falar nesse livro do Drauzio Varella e agora que terminei de lê-lo sinto preciso correr atrás dos outros dois livros do autor que abordam o sistema prisional brasileiro. A crueza com que trata a violência visceral que permeia o dia a dia da prisão e a sensibilidade com que fala das pessoas que passaram pelo Carandiru são reflexos das observações perspicazes de um médico que sabe o valor da vida humana. Inclusive, é inevitável não ter sentimentos antagônicos com essa leitura ao conhecer personagens tão cativantes, mas que possuem histórias repletas de crimes e opressão. Além disso, o livro traz relatos muito interessantes sobre como se dava a organização social dentro daquele que foi o maior presídio da América Latina. Sem falar na narração do massacre pela perspectiva dos detentos que me deixou arrepiado... Talvez, o livro peque em certos momentos na escrita, mas sem sombras de dúvidas é uma obra primorosa sobre vidas, violência e um sistema que nunca deu uma segunda chance àqueles que já nasceram marginalizados.
Profile Image for alienticia.
229 reviews4 followers
May 22, 2021
(uma ressalva: o livro passa um bom tempo se referindo a travestis no masculino e dá muita agonia especialmente sabendo do trabalho do drauzio varella com pessoas trans encarceradas)
como qualquer pessoa em geral, a única coisa que eu lembro quando falam de carandiru é o massacre (mais especificamente, aquela cena do filme com todo mundo sentado no pátio). ainda assim, a narrativa é tão envolvente que você até esquece. mesmo depois de umas duzentas páginas lendo sobre a violência da rotina dos presos e na história deles antes da prisão, é muito chocante ler a descrição dos fatos (segundo o drauzio, contada pelos próprios presos). isso deixa o livro como um todo muito impactante, mas mesmo sem essa parte é muito interessante e educativo sobre a situação carcerária no brasil. e mais agonizante ainda, quando se lembra que a situação mudou muito pouco desde 1992, se não ficou pior.
Profile Image for Anna.
109 reviews1 follower
June 18, 2022
*4,5/5
Muito impactante e revoltante. Escrito de maneira que torna a leitura rápida.
Profile Image for Aleksandra Szranko.
779 reviews59 followers
February 9, 2016
138 z 264 stron = 52%. To chyba wystarczający moment, by określić, czy czuję książkę, czy nie. Otóż tej nie. I strasznie mnie to drażni (żeby nie powiedzieć wkurwia), bo składowe - temat (rzekomo najniebezpieczniejsze) więzienie (Brazylii), (oczami) lekarz(a), Czarne - wydają się gwarancją, że będzie żarło aż miło, a tu nic z tego. Ani nie dostrzegam grozy czy beznadziei więzienia, ani polotu w pisaniu, ani nawet medycyny. No nuda, panie, nuda. Tak więc porzucam.
PS A o więzieniu dużo bardziej wstrząsający (bo to to w ogóle nie było takie) był reportaż z tomu Zapytaj jeża i inne historie. 13 reportaży Tomasza Słomczyńskiego
Profile Image for Fernando Paladini.
Author 2 books12 followers
August 16, 2016
Um livro muito interessante que mostra, através de relatos, as relações criadas entre os presidiários do então maior presídio da América Latina. Essas relações constituem uma sociedade que possui um código moral não escrito e do qual todos concordam até relações políticas e economicas, que são necessárias para o funcionamento de uma sociedade.

O começo do livro pode ser meio chato, mas começa a ficar muito interessante quando o Dr. Varella começa a fazer analogias entre os presidiários e as sociedades constituídas pelos nossos parentes na natureza: chimpanzés, gorilas e bonobos.

18 reviews
October 17, 2008
O livro relata uma experiência específica do autor que o consagrou como médico-celebridade. Mas mais que isso, o livro mostra uma realidade da cadeia (que o autor teve que aprender) que não chega ao nosso conhecimento pelo jornal ou pela TV.
Profile Image for Brad Pickler.
47 reviews9 followers
April 14, 2011
Gostei muito do livro. Histórias diretas, interessantes e reais. A maneira como o Dráuzio escreve é de fácil leitura.

Obs: Ele destaca numa parte do livro, que só havia paz na cadeia quando tinha jogo do Corinthinas hehe.
Profile Image for Jess.
10 reviews
September 9, 2012
I think I was hoping for another Marching Powder - it wasn't. I found the flow of the book slightly disjointed, with most of the chapters containing a small story that didn't always flow into the next chapter. Interesting insight into prison life.
Profile Image for Jordanah.
96 reviews4 followers
May 31, 2020
Literatura desalienante...
Uma história de gente real, pobre, malandra, com código de ética próprio. Corrupção, vingança, ciúme, paixão, fé, justiça e injustiça.
Cinco estrelas porque me mudou. Eu cresci lendo a experiência de Drauzio Varella, e hoje o admiro como nunca.
Profile Image for Josh.
1,716 reviews172 followers
May 13, 2020
One doctor's (working pro bono) account of 10 years spent treating inmates in the Casa de Detenção, Brazil's largest and harshest (but was it? It's difficult to tell from this book) prison.  

The structure of this book is not dissimilar to a collection of themed short stories. Each chapter (baring a couple early on) feature inmates accounts of the crimes which led them to be incarcerated and their life on the inside; some of which was entertaining (yet lacking substance), some providing a cursory glance at life inside the notorious prison. 

I expected a lot more information about the prison itself and the inner workings of the Brazilian justice system but was left wanting more. The authors' style is to take the inmates' word as gospel while boosting himself as a highly valued and respected doctor (perhaps he was, it was hard to tell given the one-sided narrative) which grew tiresome.

Despite my obvious misgivings, I enjoyed aspects of the book, particularly the last couple of chapters which focused on a mass uprising and the bloody aftermath, and earlier on, the chapters about the overcrowding in cells and pavilion hierarchy. 
July 1, 2021
Leia. Leia . Leia. Você não volta ileso de uma leitura dessa. Ah, mas não quero saber de preso. Tá bom fofo, mas o preso não deixa de existir só porque o alecrim dourado não tá afim de ficar sabendo de uma realidade cruel e muito presente.
No mínimo você vai aprender muito sobre o sistema prisional. Ainda sai ganhando com a escrita fluída e boa do Drauzinho (assim chamado carinhosamente aqui em casa).
Livro importantíssimo - recomendo fortemente o Prisioneiras tanto quanto.
Profile Image for Ana Carolina Sampaio.
36 reviews2 followers
July 29, 2020
Minha expectativa era um pouquinho maior, talvez por eu ter acabado de ler Prisioneiras (tenho um interesse maior pela vida nos presídios femininos). Ainda assim, é riquíssima a coleção de histórias e causos descritas na obra. Além de, novamente, denunciar a precariedade do sistema prisional e os abusos de poder.
Profile Image for Isis.
276 reviews16 followers
August 14, 2022
um livro MUITO interessante, já admirava muito o Dr Drauzio, agora admiro muito muito mais. São vidas complexas que ele nos conta, são histórias duras, principalmente a última parte que foi bem pesada.

“Com mais de vinte anos de clínica, foi no meio daqueles que a sociedade considera como escória que percebi com mais clareza o impacto da presença do médico no imaginário humano, um dos mistérios da minha profissão.”
Profile Image for gaby.
14 reviews1 follower
July 29, 2021
“São tantas as situações que se apresentam numa cadeia que uma vida é pouco para conhecê-las.”

Drauzio traz em sua narrativa tantos detalhes e histórias de vida que mesmo após tantos anos da desativação da Casa de Detenção no Carandiru podemos sentir suas paredes em volta de nós durante a leitura.

Em seus primeiros capítulos é apresentado as bases da penitenciária: 7 pavilhões que acomodam 7200 presos, cada um com seu crime. Todos servem a um propósito, com tantos presidiários e pouca carceiragem, eles que “comandam” a cadeia com “um código penal não escrito” e mesmo tendo a força para tomarem o local não o fazem por um simples detalhe apontado por um dos funcionários, Seu Reinaldo: “A nossa sorte é que eles não falam a mesma língua.”

Todos os pavilhões acomodam presos com características e necessidades específicas, os recém-chegados, os reincidentes, aqueles que trabalham em troca da diminuição de pena, os que estão em disciplina e os jurados de morte indo de estupradores a endividados por conta do consumo de drogas.

São apenas os detalhes que estão ao longo do livro advindos da percepção do médico e dos relatos dos presos a ele, todos tem uma força e geram um impacto certamente significativo para os que leem.
A vida na cadeia é difícil como boa parte das pessoas imagina, mas contar com os relatos de doença -> tuberculose, leptospirose, HIV/AIDS(motivo pelo qual Drauzio Varella estava lá), entre outras; Drogas -> maconha, cocaína, crack (essas duas últimas muito famosas) e o tratamento que os próprios presos tinham com seus semelhantes gera um sentimento singular e denuncia com maestria aquilo que tanto teimamos em ignorar em nossa sociedade.

Tantos relatos e histórias de vida, cada uma carregando consigo sua particularidade, dor, raiva e tristeza, sentimentos estes que são transmitidos para o leitor, cada capítulo traz uma reflexão, nosso intrínseco è abalado quando lemos aquilo que uma mãe diz sobre seu filho, quando presos morrem na enfermaria vítimas das doenças somadas a negligência do Estado, os pais que não podem ver sua família e que tanto sonham em sair da Casa, a vida de um viciado que não consegue se libertar, os carcereiros e sua luta diária para ter dignidade naquela profissão, a superlotação que cria problemas sanitários e sociais naquela comunidade prisional e mais ao final os presos que escapam com vida do massacre de 1992 vendo ao seu redor sangue dos companheiros, corpos varados de tiros e a brutalidade policial.

Dadá um presidiário sobrevivente daquele dia leu no dia seguinte à aquele horror o que que sua mãe o havia pedido em carta, uma passagem bíblica no livro de Salmos: “Mil cairão ao teu lado e dez mil a tua direita, mas tu não serás atingido; nada chegará a tua tenda.” Salmos 91
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