É difícil encontrar livros acadêmicos tão bem organizados e pensados como este Estudos das Masculinidades na Educação Física e no Esporte. Ele vai numÉ difícil encontrar livros acadêmicos tão bem organizados e pensados como este Estudos das Masculinidades na Educação Física e no Esporte. Ele vai num ritmo de propostas de estudos que agrada ao leitor, com partes bem definidas. Nele fiquei conhecendo algumas teorias de masculinidade sobre as quais não tinha conhecimento. Também entendi que o meu ódio pela Educação Física não era uma questão de psicomotricidade, ou de não ter vontade de fazer esportes, mas de não me encaixar fazendo esportes com o gênero masculino, mais competitivo, mais agressivo e decisivamente mais homofóbico que o gênero feminino. E a educação física é um dos espaços escolares com a maior segregação por gênero. Destaco também o artigo que traz relatos de homens que praticam rugby, principalmente na parte que falam sobre a estética de seus corpos e o cuidado que têm com eles. Homens heterossexuais que vinte anos atrás seriam certamente classificados como homossexuais por causa destas práticas, o que comprova que nossa noção de masculinidade varia com o tempo e o espaço e que estas regras dizem muito mais sobre quem as segue do que quem as descumpre....more
Um quadrinho que fala de esgrima como desculpa para trazer um monte de queer bait pra atrair o público sedento por histórias em quadrinhos com temáticUm quadrinho que fala de esgrima como desculpa para trazer um monte de queer bait pra atrair o público sedento por histórias em quadrinhos com temáticas LGBTQIAPN+. O que temos de queer aqui? Temos um beijo entre meninos e um menino que se veste de saia. A história é de competição e os desenhos são estilo linha clara se encontrando com mangá. Beleza, tem um gancho legal no final da edição que dá vontade de ler mais sobre a trama. Mas o que me desagradou foi o tratamento editorial dado pela Galera Record. Para começar o formato é menor que o original, mas isso tudo bem, entendo que precisa ser acessível. O problema maior é a diagramação: não tem respiro nas bordas e muitas vezes o corte tira informações da publicação. A pessoa que fez as letras da edição comete um dos pecados capitais da diagramação de quadrinhos, quebrando o mandamento: não alterarás o tamanho da fonte dos balões de fala, a não ser que o personagem grite o cochiche. É uma pena que editoras continuem contratando profissionais não acostumados com a mídia quadrinhos para esses trabalhos. Quadrinhos, assim como gêneros de livros, dependem de adaptadores que conheçam a linguagem com que trabalham....more
Quem me conhece sabe que eu simplesmente odeio futebol. Mas comprei esse livro para entender como o futebol acaba atuando numa noção de masculinismo nQuem me conhece sabe que eu simplesmente odeio futebol. Mas comprei esse livro para entender como o futebol acaba atuando numa noção de masculinismo nos brasileiros. Queria encontrar subsídios teóricos que me ajudassem a justificar isso. Também queria entender como a camiseta da seleção brasileira se tornou um símbolo do bolsonarismo. Esse livro me ajudou. Mas apenas na parte dos ensaios teóricos. O resto do livro são crônicas sobre as Copas do Mundo e outros elementos ligados ao futebol, Existe muuita repetição nessas crôncias, "a bola corre mais que os homens" é repetido pelo menos em cinco crônicas, por exemplo. As crônicas de Roberto DaMatta não tão boas como os seus ensaios ou produção teórica. São bastante cansativas, e datadas, falam da Copa de 1994. Essa sensação se amplia principalmente pra quem não enetende e não gosta de futebol. De toda forma, os ensaios fazem o livro valer a pena....more
Foram muitas tentativas de trazer o Bandoleiro, personagem dos WildC.A.T.S. e do Team7 criado por Jim Lee e Brandon Choi nos anos 1990, com uma nova rForam muitas tentativas de trazer o Bandoleiro, personagem dos WildC.A.T.S. e do Team7 criado por Jim Lee e Brandon Choi nos anos 1990, com uma nova roupagem para a DC Comics. Mas nenhuma dessas tentativas deu muito certo, eram chatas e desanimadas. Mas eis que o faz-tudo Matthew Rosenberg surge ao lado do arremedo de Jim Lee, Ryan Benjamin, pra salvar a garotada saudosa dos anos 1990. Os dois desenvolvem um Bandoleiro cheio de personalidade que vive se defrontando com o Batman e seu bataliados enquanto tenta proteger o empresário Lucius Fox. Não estava esperando nada dessa abordagem do Bandoleiro e acabei surpreendido positivamente, principalmente porque existem alguns "easter eggs" do universo Wildstorm escondidos na trama, que empolgarão leitores das antigas. Acaba sendo uma trama divertidinha e com um personagem que te conquista com o carisma de "loser". A edição conta também com uma pequena história de um encontro entre a Devota e a Mulher-Maravilha, bem como um gancho final que vai aumentar a expectativa dos fãs da finada Wildstorm. Boa pedida!...more
Essa história em quadrinhos faz parte da minha missão acadêmica para tentar entender as produções quadrinísticas da alt-righ no Brasil e no mundo. E pEssa história em quadrinhos faz parte da minha missão acadêmica para tentar entender as produções quadrinísticas da alt-righ no Brasil e no mundo. E para entender essa produção é interessante começar pela Super Prumo, editora de Luciano Cunha, criador do Doutrinador que tem publicado diversos quadrinhos nesse viés, de dentro e de fora do Brasil. Jan Hardy, por exemplo, vem da Polônia e sua missão é lidar com os comunistas que ameaçaram e ainda ameçam, segundo ele, a soberania nacional da Polônia. Por isso a capa da edição mostra uma mão super-heróica esmagando uma estrela vermelha. Os desenhos são bastante diferentes do padrão de histórias estadunidenses de super-heróis e o roteiro dessa edição é menos agressivo do que eu imaginava, ainda assim, deixa muito da história sem rumo. Não conseguimos entender muito bem quem é o personagem, sua missão e seus valores. Aparentemente, pelas capas, isso deve mudar nas proximas edições, que foram publicadas na Polônia, mas ainda permancem inéditas no Brasil. ...more
Esta é uma Ficção Científica com FC maiúsculo! Que história interessante, que enredo surpreendente e envolvente. Comecei a olhar a revista e, absorvidEsta é uma Ficção Científica com FC maiúsculo! Que história interessante, que enredo surpreendente e envolvente. Comecei a olhar a revista e, absorvido pelo que ela conta, três horas depois, encerrava satisfeito a minha leitura. É por causa desse tipo de leitura que, ultimamente, os quadrinhos que têm me dado mais prazer em ler são os da Sergio Bonelli Editore. Na história somos apresentados a dois futuros (três, se contarmos com a realidade de Nathan Never), um deles em que uma guerra sem fim com seres maquínicos acontece e outro, uma espécie de homenagem a Jornada nas Estrelas, uma equipe de exploradores vai em busca de novas civilizações espaciais. O que esses dois, três futuros têm em comum? Nathan Never! E como isso é traduzido para o leitor através do perspicaz roteiro de Antonio Serra e a arte versátil de Roberto de Angelis é que serve de impulso para que percorramos as mais de 250 páginas desta linda edição brasileira feita com o capricho habitual da Graphite Editora. Essa é uma daquelas leitura em que o benefício em custo/benefício se destaca. Simplesmente de tirar o fôlego e de não descansar enquanto descobrir os mistérios que os autores reservaram para os leitores. Ótimo!...more
O Almanaque continua com a mesma qualidade do primeiro volume, ou seja, muito boa. Santo fica bem mais legal, com a adição da mitologia da lança de SãO Almanaque continua com a mesma qualidade do primeiro volume, ou seja, muito boa. Santo fica bem mais legal, com a adição da mitologia da lança de São Jorge e demonstrando o sincretismo religioso que temos no Brasil. Ecos ainda continua sendo a minha série preferida no Almanaque com uma ficção cinetífica bem gostosa de acompanhar. Cidadão Incomum ainda não chamou minha atenção, os diálogos são muito extensos e é difícil entender quem é o personagem e o que ele quer. Por fim, Segundo Tempo tem a arte incrível de Marcelo Costa, mas me pareceu que o final da série (em duas partes) foi abrupto demais. Aguardando as próximas edições e as novas atrações. ...more
É complicado encontrarmos publicações com o porte de Último Assalto nos quadrinhos brasileiros. Quando eu falo de porte quero dizer não apenas que tenÉ complicado encontrarmos publicações com o porte de Último Assalto nos quadrinhos brasileiros. Quando eu falo de porte quero dizer não apenas que tenham uma apresentação vistosa, com muitas páginas, e tamanho grande, quero dizer que também são livros que são sobre porte de armas. Brincadeira, vai. Na verdade quero dizer que lidam com a realidade e suas idiossincrasias de forma que na narrativa nada é tão preto no branco, mesmo que esse seja o esquema de cores escolhido na HQ. Ou seja, não podemos dizer exatamente quem são os vilões e quem são os "mocinhos" neste tipo de narrativa. Quando estamos em enrascadas, sejam elas financeiras ou psicológicas, esse limite do que é bom ou mau na nossa mente acaba ficando difuso e precisamos negociar conosco mesmos até onde deixamos nosso caráter se tornar elástico. Que coisas podemos fazer e ainda nos considerarmos os heróis da história? Esse é um dos dilemas de Kevin, o protagonista de Último Assalto. Inclusive nesse jogo de palavras e sentimentos deixo para você me dizer: "último assalto" se refere ao golpe final do boxe ou a um último ato de roubar? Leia, e saberá! Ótimo roteiro e sensacionais desenhos!...more
Por que achamos os atletas ou as pessoas atléticas atraentes? Será que é por causa do formato do seu corpo, por causa de seus movimentos graciosos ou Por que achamos os atletas ou as pessoas atléticas atraentes? Será que é por causa do formato do seu corpo, por causa de seus movimentos graciosos ou por causa da paixão competitiva que eles despertam na gente enquanto torcida? Segundo o linguista Hans Ulrich Gumbretch é um pouco de cada um desses elementos. Em um livro com um teto primoroso que dá gosto de ler, o estudioso nos conduz por diversas categorias de classificação dos corpos e das agências esportivas que podem justificar essa nossa necessidade de "elogiar a beleza atlética" das mais diferentes formas. Este livro vai me ajudar a tecer uma pesquisa sobre atração homossexual sobre os corpos atléticos dos super-heróis das revistas em quadrinhos e seus equivalente em live action. Nem todas as categorias dos jogos esportivos podem servir para o entretenimento super-heroico, mas muitas delas fazem eco na mesma lógica do espetáculo competitivo que gera o elogio da beleza de corpos bem definidos e de movimentos graciosos e altruístas. Um livro bastante recomendado para aqueles e aquelas que querem estudar mais a fundo as relações entre esporte, beleza e eroticidade. ...more
A violência no futebol existe. Que ela é concretizada por poucos, como diz este livro, é verdade também. Mas também é verdade que a cultura de grupo, A violência no futebol existe. Que ela é concretizada por poucos, como diz este livro, é verdade também. Mas também é verdade que a cultura de grupo, de rebanho, de estádio, também contrói outras violências que não são "concretizadas". São as violências simbólicas, que não são tratadas neste livro, afinal o autor lava as mãos quando diz que vai falar da violência NO futebol e não DO futebol. A cultura do fanatismo do espetáculo dos estádios dá as pessoas que dele se servem a impressão de força e potência, por isso, xingamentos, misoginia, homofobia e racismo nos estádios passam e passaram praticamente incólumes pelos brasileiros e pela cultura esportiva em geral. Dizer que a única violência que o futebol acarreta é a violência física é passar pano nos outros tipos de violência que são concretizadas em agressões e mortes. É indubitável que essa cultura do "nós contra eles" do futebol se enraizou tanto no brasileiro que permeia a sua política com resultados terríveis. É um dilema da Tostines. Seria a cultura brasileira que deixa o futebol violento ou é o futebol violento uma marca da cultura brasileira? Isso, esse livro, infelizmente não explica. ...more
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